sábado, 9 de outubro de 2010

Poemas


MEUS OITO ANOS

Oh que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais



Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras,

A sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais.



Como são belos os dias

Do despontar da existência

Respira a alma inocência,

Como perfume a flor;



O mar é lago sereno,

O céu um manto azulado,

O mundo um sonho dourado,

A vida um hino de amor !



Que auroras, que sol, que vida

Que noites de melodia,

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar



O céu bordado de estrelas,

A terra de aromas cheia,

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar !



Oh dias de minha infância,

Oh meu céu de primavera !

Que doce a vida não era

Nessa risonha manhã



Em vez das mágoas de agora,

Eu tinha nessas delicias

De minha mãe as carícias

E beijos de minha, irmã !



Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,

Pés descalços, braços nus,

Correndo pelas campinas

A roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!



Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas

Brincava beira do mar!



Rezava as Ave Marias,

Achava o céu sempre lindo

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar !



Oh que saudades que tenho

Da aurora da minha vida

Da, minha infância querida

Que os anos não trazem mais



Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras,

A sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!


Casimiro de Abreu

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pensadores - Hobbes


Os costumes resultam do hábito convertido em caráter.

Aqueles que concordam com uma opinião chamam-lhe opinião; mas os que discordam chamam-lhe heresia.

Primeiro viver, depois filosofar.

Os pactos sem a espada são apenas palavras e não têm a força para defender ninguém.

A ociosidade é a mãe da filosofia.

A experiência não leva a conclusões universais.

O medo dos poderes invisíveis, inventados ou imaginados a partir de relatos, chama-se religião.

Pertence a cada homem só aquilo que ele é capaz de conseguir, e apenas enquanto for capaz de conservá-lo. É esta condição miserável que o homem realmente se encontra, por obra da simples natureza.

A razão é o passo, o aumento da ciência o caminho, e o benefício da humanidade é o fim.

Temos aversão não apenas por coisas que sabemos nos terem causado dano, mas também por aquelas que não sabemos que danos podem causar.

A curiosidade e a produção do conhecimento no homem muitas vezes supera qualquer prazer carnal, distinguindo-o dessa forma de qualquer animal.

O homem é o lobo do próprio homem.

Thomas Hobbes

Thomas Hobbes (Westport,5 de abril de 1588 — Hardwick Hall, 4 de dezembro de 1679) foi um matemático, teórico político, e filósofo inglês, autor de Leviatã (1651) e Do cidadão (1651).

Na obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade de governos e sociedades. No estado natural, enquanto que alguns homens possam ser mais fortes ou mais inteligentes do que outros, nenhum se ergue tão acima dos demais por forma a estar além do medo de que outro homem lhe possa fazer mal. Por isso, cada um de nós tem direito a tudo, e uma vez que todas as coisas são escassas, existe uma constante guerra de todos contra todos (Bellum omnia omnes). No entanto, os homens têm um desejo, que é também em interesse próprio, de acabar com a guerra, e por isso formam sociedades entrando num contrato social.

Hobbes ainda escreveu muitos outros livros falando sobre filosofia política e outros assuntos, oferecendo uma descrição da natureza humana como cooperação em interesse próprio. Ele foi contemporâneo de Descartes e escreveu uma das respostas para a obra Meditações sobre filosofia primeira, deste último.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pioneiros - Jean Rouch

Jean Rouch (Paris - 31 de Maio de 1917, Niger - 18 de Fevereiro de 2004), realizador e etnólogo francês, é um dos representantes e teóricos do cinema direto. Como cineasta e etnólogo, explora o documentário puro e a docuficção, criando um subgênero: a etnoficção.

Depois de se formar em engenharia civil, juntamente com dois colegas, Jean Sauvy e Pierre Ponty, Rouch resolve ir trabalhar como engenheiro de obras públicas na África. É destacado para o Níger, onde constrói estradas e pontes. Ao assistir à morte de operários atingidos por uma faísca durante as obras, descobre os mistérios da religião e da magia Songhai (povo) e decide estudar etnologia.

Exercendo um olhar analítico sobre os costumes, tradições e rituais dos povos locais e, de um modo inovador, usando câmaras leves de 16 mm, Jean Rouch, com uma grande liberdade de estilo perante os cânones tradicionais da prática etnográfica, alternando entre documentário e ficção, obteve o reconhecimento internacional de cineastas e de especialistas da sua área. É um dos fundadores e um dos primeiros teóricos da antropologia visual.

Inluenciado por Dziga Vertov e Robert Flaherty, Jean Rouch é um dos fundadores do cinema-verdade. Foi fonte de inspiração e constante referência para os realizadores da Nouvelle Vague. Presidente da Cinemateca Francesa durante cinco anos (1986 a 1991), é laureado com o Prêmio Internacional da Paz. A sua obra, coroada com várias recompensas de prestígio, inscreve-se na história universal do cinema.

Fonte: wikipedia

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fotógrafos - Atget

EUGENE ATGET 1857-1927

Nascido em 12 de fevereiro de 1857, na França, perdeu seus pais ainda criança e foi educado por um tio. Se tornou marinheiro, viajando por rotas americanas; posteriormente optou pela carreira de ator. Ele entrou para o conservatório em 1879 e deixou em 1881 numa pobre compania que atuava nas redondezas e suburbios de Paris. Em 1889 se dedicou à pintura e acabou desenvolvendo sua capacidade observatória.

Tornou-se fotógrafo para sobreviver. Especializou-se em postais e vistas cotidianas de Paris (mais de 10.000). Em 1926 participou da Review la Revolution Surrealiste. Fotografou diligentemente e incessantemente as esquinas parisienses até sua morte em 4 de agosto de 1927.

Inovador, foi o precursor da fotografia moderna em Paris. Especializou-se em vistas cotidianas e postais parisienses, pois conhecia cada canto de sua cidade natal. Reproduzia quadros e fornecia material de referência para seus colegas pintores.

Atget desprezava a fotografia convencional, especializada em imagens humanas. Inaugurou a fotografia urbana. Libertou os objetos de sua aura, tornando irresistível a necessidade de possuí-los,na imagem ou na sua reprodução. Retratava o vazio, a privacidade em suas fotografias de vistas.

Fonte: wikipedia

terça-feira, 5 de outubro de 2010

OASIS Photo Contest 2010


OASIS Photo Contest 2010 é um prêmio internacional para a Natureza e Ambiente dedicado à fotografia de natureza e as questões ambientais, organizado pelo Oasis magaizne.
Este é o maior evento do gênero na Itália, que leva milhares de obras de alto nível. As inscrições serão aceitas até 05 de dezembro de 2010. Em 2011, uma exposição entre os diversos eventos relacionados com a cerimônia de premiação terá lugar em Milão, Bolonha, Roma, Ferrara, em feiras de prestígio nacional.

Mais informações acesse: http://www.oasisphotocontest.it/

Technews

O Google anunciou nesta semana um novo formato de imagem, chamado WebP, que resultará em arquivos menores e com boa qualidade.
De acordo com a empresa, fotos e outros arquivos de imagem são o equivalente a cerca de 65% de todo conteúdo acessado via Web.
Estes mesmos arquivos recodificados em WebP produzirão arquivos que são em média até 39% menores do que outros formatos, reduzindo a carga nos servidores, provedores de acesso e navegadores.
Hoje em dia a maioria dos arquivos de imagem é baseada em JPEG, um padrão publicado originalmente em 1992. Um ponto fraco do JPEG é que a fidelidade da imagem não é mantida durante a codificação.
Outros formatos como o .PNG utilizam compressão sem perdas, o que mantém os dados originais da imagem e sua qualidade.
O Google divulgou um conjunto de imagens codificadas no novo formato, mas só tem um problema: os navegadores ainda não suportam a exibição de imagens em WebP.

A IBM Brasil anunciou a abertura de 30 vagas para profissionais de Help Desk em São Paulo e Hortolândia.
De acordo com a empresa, os candidatos devem ter conhecimentos sobre hardware, software e redes, devem ser alunos de cursos técnicos em eletrônica ou informática ou de cursos superiores, devem ter conhecimentos em inglês e/ou espanhol e disponibilidade de horário.
Os candidatos que forem selecionados prestarão atendimento via telefone para clientes no Brasil e exterior.
As inscrições podem ser feitas no site da IBM.

Durante a convenção Virus Bulletin 2010, evento que está sendo realizado no Canadá e que contou com a presença de 600 especialistas em segurança de várias partes do mundo, um analista da empresa de segurança Sophos realizou uma pesquisa com os presentes no evento.
De acordo com a pesquisa do analista Paul Baccus, 97% dos especialistas em segurança presentes no evento querem que o formato PDF seja extinto e substituído por outro mais seguro.Embora a pesquisa realizada por Paul Baccus não seja “oficial”, o fato é que a imensa maioria dos especialistas em segurança pesquisados realmente deseja o fim do formato PDF.
Graças à sua enorme presença em diversas plataformas, o PDF é alvo constante de ataques cada vez mais sofisticados.

Fonte: www.baboo.com.br

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Profissões - Midialogia

O curso de midialogia é uma das habilitações em comunicação social e nasceu para aprofundar conhecimentos em uma área que é estudada superficialmente nas graduações de Rádio e TV, Jornalismo e Publicidade e Propaganda. O curso, que foi criado em 2004, já tem a terceira posição no ranking dos mais concorridos da Unicamp: 39 por vaga.

A mídia tem dois significados: pode ser conteúdo ou veículo de comunicação. O midiálogo aplica os dois conceitos usando a linguagem como método de transmissão de informação, levando em consideração os processos de significado e significação, estudados em semiologia.

O profissional desta área é capaz de interligar os diferentes tipos de mídia (áudio, vídeo, fotografia...) e produzir um material que considere a sociedade em que está inserido, seus códigos, linguagens, histórias, teorias e condições técnicas. O mercado necessita desta carreira porque está em fase de crescimento, principalmente o cinema nacional, além das novas emissoras de rádio e tv. O trabalho produzido pelo profissional de midialogia é de alta qualidade e particularidade, podendo atuar em diversos segmentos de produtos audiovisuais como:

- Vídeo;
- Cinema;
- Rádio;
- Fotografia;
- Multimídia;
- Web;
- Computação gráfica;
- Hipermídias e
- Produção, recepção e crítica destes produtos,
Além de poder entrar na área de docência ou pesquisa.

As principais matérias do currículo são teorias da comunicação, teoria do cinema, mídia e ciências humanas, educação e mídia, antropologia da imagem, teorias do signo, tecnologias da informação, fotografia e movimento, edição de produtos audiovisuais, computação gráfica e multimídia.

O curso, hoje, é ministrado pela Unicamp.

Fonte: http://www.vestibular.brasilescola.com

Os Simpsons

Os bastidores dos Simpsons

Personagens invertidos, dubladores em greve, trapaças empresariais, roteiros escritos por cientistas. Prepare-se para conhecer os segredos da família mais politicamente incorreta da TV
por Marcos Ricardo dos Santos

A fita finalmente chegou. E uma pequena multidão de 50 roteiristas, editores, desenhistas, diretores, executivos e até faxineiros se espremeu numa salinha para ver o resultado de 6 meses de trabalho. Era um programa meio estranho. Embora se destinasse a adultos, ele era um desenho animado. Contava a história de uma família disfuncional e estava cheio de humor ácido e politicamente incorreto. Nada a ver com as séries bobinhas que na época (1989) faziam sucesso na TV americana, como Três É Demais, Cheers e Cosby Show. Uma aposta muito ousada, grande cartada da Fox - emissora que acabara de estrear. Alguém colocou a fita no videocassete e apertou o play. "Houve um silêncio mortal. O programa tinha ficado um lixo", conta o editor Brian Roberts. Tudo porque o dono da emissora, o empresário Rupert Murdoch (que era dono de tabloides sensacionalistas e estava começando a se aventurar no mundo na TV), quis fazer economia: para gastar menos, mandou a animação ser feita na Coreia do Sul. "Várias cenas vieram faltando, as cores erradas, os ângulos errados, uma tragédia", lembra o desenhista Gabor Csupo. As piadas também não agradaram. Depois dos primeiros 5 minutos, ninguém mais riu, e as pessoas começaram a sair da sala. O cartunista Matt Groening, criador da série, saiu da reunião arrasado e ficou uma semana sem conseguir dormir. Tudo indicava que Os Simpsons iriam acabar antes mesmo de começar.

Não foi assim. A série se tornou a mais bem-sucedida de todos os tempos, com 464 episódios traduzidos para 45 idiomas em 90 países. Os Simpsons são um dos principais, se não o principal, ícone da cultura pop das últimas décadas. Mas só agora, depois de 21 temporadas, seus bastidores começaram a ser desvendados. No livro Simpsons: An Uncensored, Unauthorized Story (sem versão em português), do canadense John Ortved, os criadores da série abrem o jogo pela primeira vez - e revelam uma história cheia de intrigas, conflitos e curiosidades. Entre elas: dois personagens tiveram as vozes invertidas, os roteiros são escritos por cientistas e Matt Groening não é o verdadeiro responsável pelo sucesso.

Filho de uma professora e de um publicitário, Matt Groening teve uma educação meio hippie: se formou numa faculdade que não tinha provas, trabalhos, notas nem aulas obrigatórias. Aos 23 anos de idade, foi para Los Angeles com a ambição de ser escritor. Não conseguiu, odiou a cidade e extravasou criando uma tirinha em quadrinhos chamada Life in Hell ("Vida no Inferno") - cujos personagens eram um casal gay e o coelhinho Binky, que tinha um filhote bastardo e com uma só orelha chamado Bongo. Mais ácido, impossível. A tirinha começou a ser publicada por revistas alternativas até que um de seus episódios, intitulado Sucesso e Fracasso em Hollywood, foi parar nas mãos do produtor James Brooks. Ele era o completo oposto de Groening: extremamente bem-sucedido, tinha acabado de vencer um Emmy (o Oscar da TV americana) e ganhou essa tirinha emoldurada de presente de uma amiga. Brooks adorou e quis transformar Life in Hell em desenhos animados de um minuto.

Por incrível que pareça, Matt Groening recusou o negócio. Ele estava ganhando algum dinheiro vendendo canecas e camisetas com os personagens da tirinha e não queria transferir os direitos comerciais para a Fox. Mas Groening não dava muita bola para sua outra criação: Os Simpsons, que ofereceu à emissora como uma espécie de prêmio de consolação. Ele desenhou os personagens num guardanapo e anotou seus nomes, que são os mesmos da sua própria família - Homer, Marge, Lisa e Maggie são os nomes do pai, da mãe e das duas irmãs de Groening na vida real (o nome Bart é inventado).

A ideia da emissora era colocar os Simpsons dentro de seu programa de humor, o The Tracey Ullman Show. E, para economizar, a emissora não contratou dubladores. As vozes dos personagens seriam feitas pelos próprios atores do programa principal: Dan Castellaneta, como Homer, e Julie Kavner, como Marge. A atriz Yeardley Smith, que iria fazer a voz de Bart, não agradou. Ela afinou um pouco a voz e acabou pegando o papel de Lisa. E vice-versa: Nancy Cartwright, que iria dublar Lisa, ficou com Bart. Tudo porque, quando viu o desenho e a descrição do personagem, ela soltou um elogio com sua voz esganiçada: "Whoa, man, yeah!" ("uau, cara", que viria a se tornar a principal expressão de Bart).

O SEGUNDO AUTOR
O primeiro clipe dos Simpsons ficou péssimo. Mas, depois de ser refeito várias vezes, acabou dando certo e indo ao ar. E o livro conta que isso, segundo as pessoas que trabalharam nele, foi mérito de uma pessoa: o roteirista Sam Simon. Matt Groening levava a fama, mas Simon era o responsável pela criação, pela animação, pela produção e pela pós-produção dos Simpsons. Ele redesenhou praticamente todos os personagens e deu a eles suas características atuais. O palhaço Krusty, por exemplo, tinha sido inspirado em Rusty Nails - um palhaço idoso e bonzinho que Groening havia visto na TV quando era criança. Foi Sam Simon que o transformou numa figura depravada (e hilária), que fuma como uma chaminé e se aproveita de crianças. Simon é considerado o verdadeiro responsável pelo sucesso dos Simpsons - inclusive quando a série deixou o Tracey Ullman Show e ganhou vida própria.

"Matt Groening era o rei do marketing. Ele ficava sentado em sua sala assinando pôsteres e criando novas maneiras de fazer merchandising, enquanto Sam e os roteiristas produziam episódios brilhantes", acusa o editor Brian Roberts. Com o tempo, Groening começou a ser ignorado pela própria equipe. "Às vezes, ele entrava na sala com as ideias mais estúpidas. Por exemplo: estávamos escrevendo um episódio no qual finalmente Marge desprendia o cabelo. Matt queria que ela tivesse orelhas de coelho, o que seria ridículo", conta a roteirista Daria Paris. Groening e Simon passaram a brigar cada vez mais. Até que, na 4ª temporada, Simon deixou a série. Mas até hoje, mais de 15 anos depois, ele recebe da Fox. O valor é estimado em US$ 30 milhões anuais e vem de um contrato que dá a Simon participação vitalícia nos lucros dos Simpsons (que ele convenceu a emissora a assinar quando trabalhava na série).

No fim de sua 1ª temporada, em 1990, Os Simpsons colocaram a Fox no mapa: o programa foi o único da emissora a figurar entre os 10 mais vistos da TV americana. Então Rupert Murdoch tomou uma decisão: enfrentar o Cosby Show, que era estrelado pelo comediante Bill Cosby na emissora NBC, e havia vários anos o programa mais assistido dos EUA. Os Simpsons começou a ser exibido no mesmo horário de Cosby - que perdeu espaço e saiu do ar alguns meses depois. A partir daí, o sucesso começou a atingir proporções inimagináveis: era vendido 1 milhão de camisetas por dia com a estampa de Bart Simpson. Com o sucesso, a equipe de roteiristas cresceu e chegou a 16 pessoas, o que se mantém até hoje. Mas eles não vieram de Hollywood, da cena de humor ou dos bares de stand-up comedy. A maioria foi recrutada numa das melhores universidades do mundo: Harvard, onde os estudantes produziam um jornalzinho satírico chamado Harvard Lampoon. "Entre a 2ª e a 8ª temporada da série, pelos menos 80% dos nossos roteiristas eram gente vinda de Harvard", conta o produtor Bill Oakley. Foi uma grande inovação no jeito de fazer TV. E foi o que deu aos Simpsons suas piadas sofisticadas - cheias de referências a questões culturais, sociais e políticas.

"Hoje em dia, nas melhores escolas de escritores, os jovens não querem escrever literatura. Eles querem escrever para a televisão. E o prêmio maior é conseguir escrever para Os Simpsons", diz o jornalista e escritor Tom Wolfe. Mas a equipe de roteiristas também incluía pessoas sem formação em literatura, como físicos e advogados - o único requisito para ser contratado pelo desenho era ser engraçado e saber escrever piadas. E a tradição continua até hoje: o roteirista Matt Warburton tem um diploma de neurociência cognitiva pela Universidade Harvard, mesma instituição onde o diretor Al Jean se formou matemático, e o redator Bill Odenkirk é doutor em química pela Universidade de Chicago.

Se o sucesso intelectual dos Simpsons é fruto da inteligência criativa reunida na sala dos roteiristas, o sucesso comercial é mérito do produtor James Brooks. Mas, segundo o livro, ele nem sempre agiu de forma totalmente honesta. Passou a perna no também produtor Jerry Benson, que era seu amigo íntimo e parceiro desde os anos 60. Benson participou da criação do desenho e supostamente teria direito, por contrato, a ficar com uma parte dos lucros dos Simpsons. Mas nunca levou nada, e teve de entrar na Justiça para brigar por seus direitos. Acabou aceitando um acordo de US$ 100 mil - valor irrisório por uma participação que valia milhões de dólares. Os dois nunca mais se falaram, e Benson morreu em 2006.

A BRIGA NA FAMÍLIA
Nas duas primeiras temporadas, os atores que fazem as principais vozes (Bart, Lisa, Homer e Marge) recebiam US$ 3 mil por episódio cada um. Com o passar dos anos, esse valor foi aumentando até chegar, em 1999, a US$ 25 mil por episódio. Era bastante, mas era nada perto do que ganhavam os astros da série Seinfeld, por exemplo (US$ 600 mil por episódio cada um). Isso causou revolta entre os dubladores, que entraram em greve. Eles achavam que suas vozes eram essenciais para os personagens. Rupert Murdoch não concordava, e ameaçou demitir todo mundo. Os contratos acabaram sendo renegociados - hoje cada voz dos Simpsons recebe US$ 300 mil por episódio -, mas a Fox fez uma malandragem: com uma manobra jurídica, conseguiu que o aumento só começasse a ser pago 5 anos depois. Mais uma greve, e mais um surto de ódio entre os atores e a emissora. O dublador Harry Shearer, que faz as vozes de vários personagens (como Mr. Burns, Smithers, Flanders, Diretor Skinner e Reverendo Lovejoy), começou a andar pelos estúdios da emissora vestindo uma camiseta na qual estava escrito: "Você vai receber em 2005". A crise foi resolvida, mas deixou marcas profundas. No 13º episódio da 10ª temporada da série, Homer faz um ataque velado à Fox: diz que as emissoras gostam de desenhos animados porque podem pagar uma mixaria aos dubladores. E Ned Flanders completa: "E podem trocá-los sem que ninguém perceba a diferença". Apesar dos conflitos, das polêmicas e das brigas por dinheiro, os Simpsons conquistaram um legado indiscutível: US$ 3 bilhões em receita (somente o filme rendeu US$ 526 milhões) e fãs incondicionais em todo o mundo. Mas o verdadeiro motivo disso não é o que se imagina. O produtor Jay Kogen explica: "Nós pensávamos que estávamos escrevendo programas inteligentes e especiais, cheios de boas piadas. Foi aí que vimos um estudo feito pela Fox. Ele mostrava que os principais motivos pelos quais as pessoas gostavam dos Simpsons eram as cores bonitas, e quando Homer batia com a cabeça". Doh!

Fonte: revista superinteressante

domingo, 3 de outubro de 2010

And Then There Was Salsa

“And Then There Was Salsa” from Frito Lay Dips on Vimeo.

Excelente comercial de animação.

Quadrtinhos - Curtas

Muchacha é o nome do novo livro de Laerte, um dos quadrinistas brasileiros mais importantes em atividade. Com lançamento pela Quadrinhos na Cia., o álbum sai esta semana.
Muchacha reúne as tiras que Laerte produziu para o jornal Folha de S. Paulo numa mistura de ficção com as memórias da TV brasileira na sua infância.

Para quem achou as quase 600 páginas de Retalhos um trabalho gigante, o autor Craig Thompson está prestes a lançar um novo tijolo em quadrinhos: Habibi, desta vez uma história ficcional baseada na mitologia islâmica – e com 700 páginas.
Habibi será a quarta graphic novel de Thompson. Embora a fama tenha vindo com Retalhos, ele já era autor de uma graphic novel – Good-Bye, Chunky Rice – e publicou um outro volume autobiográfico, Carnet de Voyage, sobre a tour promocional de Retalhos na Europa e parte da pesquisa sobre Habibi. Um quinto álbum, chamado Kissypoo Garden, reunindo várias histórias curtas e já publicadas do autor, está previsto para depois de Habibi.

Os Mortos-Vivos (The Walking Dead), HQ de Robert Kirkman e Charlie Adlard, será a segunda série de renome e grande editora nos EUA (a Image) a ter lançamento simultâneo em versão impressa e digital. Na semana passada, a edição 77 chegou ao mesmo tempo às comic shops e ao aplicativo Comixology, que permite ler HQs no iPad, iPhone e iPod Touch.
Para não deixar ainda mais preocupados os que temem que o mercado digital arrase as comic shops baseadas em gibis de papel, as edições de The Walking Dead tradicional e digital têm o mesmo preço: US$ 2,99 (R$ 5,15). Edições anteriores no Comixology custam US$ 1,99 [R$ 3,40].

Fonte: texto e imagens de www.omelet.com.br