terça-feira, 7 de maio de 2013

Cidadão Kane



Cidadão Kane

Gênero:
Drama
Direção:
Orson Welles
Roteiro:
Orson Welles, Herman J. Mankiewicz
Produção:
Orson Welles
Música Original:
Bernard Herrmann
Fotografia:
Gregg Toland
Edição:
Robert Wise
Direção de Arte:
Van Nest Polglase
Figurino:
Edward Stevenson
Guarda-Roupa:
Claire Cramer
Maquiagem:
Mel Berns, Maurice Seiderman
Efeitos Sonoros:
Bailey Fesler, James G. Stewart, John Aalberg
Efeitos Especiais:
Vernon L. Walker
Efeitos Visuais:
Russell A. Cully
Ano:1941

Sinopse

Ao morrer, um político e magnata da imprensa, diz uma palavra: Rosebud. Através de depoimentos contraditórios, tenta-se reconstituir o mistério de sua vida.

Comentários


A cada vez que os críticos se reúnem para votar o resultado é sempre o mesmo. Cidadão Kane de Orson Welles volta a se reconhecido como o melhor filme de todos os tempos. Nem há porque contestar o resultado. É um filme lendário e seminal, certamente grande parte do cinema moderno foi inspirado nele. E para seu criador, diretor, astro, produtor, Orson Welles a maldição foi ter criado sua obra prima quando tinha apenas vinte e seis anos. 


Welles havia ficado famoso no rádio com uma transmissão escandaloso de “A Guerra dos Mundos” que os americanos tinham achado que era uma invasão real de marcianos. Isso o levou a ter carta branca para fazer um primeiro filme, que acabou sendo também um projeto auto-destrutivo, quase suicida.


 Resolveu fazer uma biografia um pouco disfarçada de William Randolph Hearst, magnata da imprensa que como Kane flertou com o nazismo e tentou transformar sua amante de pouco talento Marion Davies em estrela de cinema. Logicamente Hearst não gostou e fez tudo para impedir o sucesso do filme, propôs até mesmo comprar os negativos da fita para destruí-la. Diante dessa pressão é até surpreendente que Cidadão Kane tenha sido indicado ao Oscar de melhor filme e ganhado o de melhor roteiro original.


Fracasso de bilheteria na época, era realmente ousado em seus recursos narrativos. Usava profusamente dos flash backs para reconstruir a vida secreta de quem teria sido Kane, as vezes até mesmo com depoimentos contraditórios e jornais forjados. 


Mas foi na fotografia ajudado pelo grande Gregg Toland que Welles mais experimentou. Principalmente na chamada profundidade de campo, ou seja, mostrando as figuras no primeiro plano tão nítidas quanto no fundo. Um trabalho difícil, que para conseguir isso era necessário utilizar um número enorme de refletores e por uma equipe de montadores que incluíam os futuros diretores Mark Robson e Robert Wise.


 Há outros fatores técnicos para admirar: a utilização criativa do som, os efeitos de contraluz, os elementos simbólicos – as caixas que parecem arranha-céus – movimentos criativos de câmera, o “travelling” vertical mostrando os operários reagindo à falta de talento da Sra. Kane. 


Talvez seu ponto mais fraco seja o elenco, que foi composto por membros do antigo teatro Mercury do rádio. Welles já tinha sua mania de usar excesso de maquiagem para disfarçar seu nariz pequeno. Agnes Moorehead, do seriado A Feiticeira fazia sua mãe, o futuro astro Joseph Cotten era o melhor amigo, outro futuro astro Alan Ladd fazia um dos repórteres. 


Apesar de tudo não é um filme perfeito. Certos críticos reclamam que certos personagens contam incidentes que não poderiam ter observado e o recurso psicológico de “rosebud” pode parecer piegas demais. 


Cidadão Kane é um filme díficil de se ver e talvez não seja o filme de que a gente mais goste, mas certamente é um dos melhores da historia do cinema e do século vinte.

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