domingo, 11 de agosto de 2013

Rubén Darío

Passa e esquece

Peregrino que vais buscando em vão
Um caminho melhor que teu caminho,
Como queres que te dê a mão,
Se meu estigma é teu estigma, peregrino?
Não chegarás jamais a teu destino;
Levas a morte em ti como o verme
Que te rói o que tens de humano…
O que tens de humano e de divino!
Segue tranquilamente, Oh! Caminhante!
Ainda te fica muito distante
Esse país incógnito que sonhas…
E sonhar é um mal. Passa e esquece,
Pois se te empenhas em sonhar, te empenhas
Em aventar a chama de tua vida.

(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)


Félix Rubén García Sarmiento, conhecido como Rubén Darío (1867 - 1916), foi um poeta nicaraguense, iniciador e máximo representante do Modernismo literário em língua espanhola.

Os temas espanhóis estão muito presentes em sua produção. Consciente da decadência da Espanha tanto na política como na arte (preocupação que compartilhou com a chamada Geração de 98), se inspira com frequência em personagens e elementos do passado.

Azul... (1888), considerado o livro inaugural do Modernismo hispano-americano, recolhe tanto relatos em prosa como poemas, cuja variedade métrica chamou a atenção da crítica. Apresenta já algumas preocupações características de Darío, como a insatisfação ante a sociedade burguesa.

É possivelmente o poeta que tem tido uma maior e mais duradoura influência na poesia do século XX no âmbito hispânico. É chamado de príncipe das letras castelhanas.

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