sábado, 24 de agosto de 2013

Botticelli

Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, dito Sandro Botticelli (1445 – 1510), foi um célebre pintor italiano da Escola Florentina do Renascimento.

Desenvolveu um estilo personalíssimo, caracterizado pela elegância do seu traçado e pela força expressiva de suas linhas. Muito valorizado atualmente, Botticelli está entre os grandes inovadores do Renascimento, e está incluído entre um grupo de pintores inclinados a um estilo baseado na delicadeza, graça e certo sentimentalismo. Um deles foi Filippo Lippi, mestre e inspirador da obra de Botticelli. Este começou sua trajetória artística com obras de temática religiosa.

Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registros da pintura de cunho mitológico, foi bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista, e seu talento excepcional de transpor para a linguagem formal as concepções de seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. Realizou obras como a Natividade Mística (mais solenes e redundantes). A Botticelli também devemos belíssimos desenhos para um manuscrito da Divina Comédia de Dante.

Eclipsado pelas grandes figuras do século XVI italiano, Boticelli permaneceu ignorado durante séculos até a recuperação de sua figura e sua obra, na metade do século XIX. Seu estilo, de certa forma, perpetuou-se através dos artistas formados em seu atelier, entre vários podemos citar o filho de Filippo Lippi, Filippino Lippi. Sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo esvaiu-se, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registrada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica de suas obras, é que sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A Pinacoteca de São Paulo, instituição da Secretaria de Estado da Cultura apresenta a Exposição Debret do artista português Vasco Araújo (Lisboa, 1975) em que o artista propõe uma interpretação contemporânea das relações sociais entre brancos e negros, portugueses e africanos, senhores e escravos no Brasil do século XIX.

A instalação é composta por sete esculturas, sendo cada uma constituída de uma mesa, ovos e figuras modelados pelo artista e citações do Padre Antonio Vieira. As figuras retratam ações entre brancos e negros reveladoras da relação sexual e social dos mesmos.

A inserção das figuras em ovos aponta para uma face imperialista e despótica da colonização, de onde resulta a criação de uma nova raça (mulata). A associação da obra com as citações do Padre Vieira induzem a uma releitura que se insere no atual discurso pós- colonialista. A exposição também apresenta gravuras de Jean Baptiste Debret realizadas entre 1834 e 1835 cujos temas abordam as mesmas questões do artista contemporâneo.

Pinacoteca do Estado de São Paulo - Praça da Luz, 2 - São Paulo, SP
Estação Luz do Metrô
Terça a domingo das 10h às 17h30 com permanência até as 18h
Às quintas até as 22h. Entrada franca das 18h às 22h
Ingresso combinado (Pinacoteca e Estação Pinacoteca): R$ 6,00 e R$ 3,00
Grátis aos sábados.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Giordano Bruno

"Feliz na tristeza, triste na alegria."

"Todo o amor deriva do ato de ver: o amor inteligível do ato de ver inteligivelmente; o sensível do ato de ver sensivelmente."

"O tempo tudo tira e tudo dá; tudo se transforma, nada se destrói."

"Não existe deleite sem um misto de tristeza."

"Que ingenuidade pedir a quem tem poder para mudar o poder."

"Ignorância e arrogância são duas irmãs inseparáveis, com um só corpo e alma."

"Pelo amor da verdadeira sabedoria e no esforço de refletir corretamente, esgoto-me, torturo-me, atormento-me."

"Podeis deixar de atingir vosso objetivo, mas participai da corrida mesmo assim."

"Pensar é especular com imagens."

"A poesia não nasce das regras, a não ser em parte mínima e insignificante; mas as regras derivam das poesias; e, no entanto, são tantos os gêneros e as espécies de verdadeiras regras, quanto são os gêneros e as espécies de verdadeiros poetas."

"É a prova de uma mente inferior o desejar pensar como as massas ou como a maioria, somente porque a maioria é a maioria. A verdade não muda porque é, ou não é, acreditada por uma maioria das pessoas."

"Se eu manejasse um arado, pastoreasse um rebanho, cultivasse uma horta, remendasse uma veste, ninguém me daria atenção, poucos me observariam, raras pessoas me censurariam e eu poderia facilmente agradar a todos. Mas, por ser eu delineador do campo da natureza, por estar preocupado com o alimento da alma, interessado pela cultura do espírito e dedicado à atividade do intelecto, eis que os visados me ameaçam, os observados me assaltam, os atingidos me mordem, os desmascarados me devoram. E não é só um, não são poucos, são muitos, são quase todos."


Giordano Bruno (1548 — 1600) teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano, condenado à morte na fogueira pela Inquisição romana (Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício) por heresia.É também referido como Bruno de Nola ou Nolano.

Suas ideias avançadas, porém, suscitaram suspeitas por parte da hierarquia da Igreja. Em 1576 foi acusado de heresia e levado a Roma para ser julgado. Poucos meses depois, abandonou o hábito e em 1579 deixou a Itália.

No último interrogatório pela Inquisição do Santo Ofício, não abjurou e, no dia 8 de fevereiro de 1600, foi condenado à morte na fogueira. Obrigado a ouvir a sentença ajoelhado, Giordano Bruno teria respondido com um desafio: Maiori forsan cum timore sententiam in me fertis quam ego accipiam ("Talvez sintam maior temor ao pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi-la").

A execução de sua sentença ocorreu no dia 17 de fevereiro de 1600. Na ocasião teve a voz calada por um objeto de madeira posto em sua boca.



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ferdinand Zecca

Ferdinand Louis Zecca (1864 - 1947) diretor, ator, roteirista e produtor de cinema francês pioneiro, autor de Histoire d'un crime. Dirigiu pelo menos 154 filmes ao longo de sua carreira.

Trabalhava como animador de café concerto, no Teatro Ambigu antes de ser contratado por Charles Pathé, durante a Exposição Universal de 1900, para trabalhar na cinematografia. Zecca rapidamente se tornou no homem de confiança de Pathé ao demonstrar uma grande capacidade comercial.

Realizou filmes de todo o gênero: comédias, filmes religiosos, históricos, "atualidades reconstituídas", cinema fantástico, ao modo de Georges Méliès, e, principalmente, filmes de caráter realista e melodramas ao gosto popular. Alguns dos seus filmes foram adaptações de romances de Émile Zola, como La Grève. Histoire d'un crime é considerado por muitos como a sua obra prima.

Em Le muet mélomane, de 1899, Zecca utilizou som sincronizado com um fonógrafo, de modo que pode utilizar efeitos sonoros cômicos pela primeira vez na história do cinema. É de Zecca, também, o primeiro flash-back do cinema, em Histoire d'un crime.

Foi um dos primeiros diretores a utilizar a "Montagem alternada", que  baseia-se na apresentação de duas ou mais ações separadas, mostradas em alternância, que serão percebidas como uma só ação em simultâneo, a qual reúne os vários elementos das duas ações. Pode haver ou não um objetivo de comparação entre as duas ações, usado em seu filme de 1907 "Le cheval emballé", filme que serviu de base para D.W. Griffith produzir "The curtain pole de 1909.

Trabalhou com alguns notáveis representantes do cinema pioneiro, como Lucien Nonguet (autor de La Révolution en Russie (um filme sobre a revolução de Odessa, que seria imortalizada depois no Encouraçado Potemkin de Sergei Eisenstein, Gaston Velle (criador de efeitos especiais), André Heuzé, entre outros.

Durante a Primeira Guerra Mundial geriu a filial da Pathé nos Estados Unidos. De volta a França, fundou e dirigiu a seção de formato reduzido, que receberia o nome de "Pathé-Baby".

A partir de 1906, Zecca deixou de realizar e passou apenas a produzir os seus filmes.

Captura de imagens em alta velocidade

A empresa MetroLaser criou um sistema de espelhos para reflexão que consegue capturar imagens com movimentos de até 12 mil km/h.

O “truque” no sistema da MetroLaser foi fazer espelhos móveis, ajustados para detectar a movimentação em escala de objetos passando pela lente e refletir a luz para o sensor eliminando borrões e distorções. Fora isso, o aparelho poderá ser acoplado à muitas câmeras digitais atuais.

A técnica é necessária por ser praticamente impossível construir um obturador capaz de se mover em velocidades tão grandes sem destruir a si mesmo e a própria câmera. Dessa forma, os espelhos praticamente cancelam o movimento dos objetos sem de fato funcionarem na mesma velocidade do movimento que acontece na frente da lente da câmera.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Thomas Sutton

Thomas Sutton (1819 - 1875), foi um fotógrafo Inglês, autor e inventor.

Thomas Sutton foi para a escola em Newington Butts e estudou arquitetura por quatro anos antes de estudar em Caius College, Cambridge, graduando-se em 1846. Ele abriu um estúdio fotográfico em Jersey, no ano seguinte, sob o patrocínio do príncipe Albert . Em 1855, ele montou uma empresa fotográfica em Jersey com o parceiro de negócios Louis Désiré Blanquart-Evrard, que produziu fotos de negativos calótipo. No ano seguinte, Sutton e Blanquart-Evrard fundaram a revista "Notas fotográficas", que Sutton editou por onze anos. Um autor prolífico, Sutton escreveu uma série de livros sobre o fotografia, incluindo o Dicionário de Fotografia em 1858.

Em 1859, Sutton desenvolveu a primeira câmera panorâmica com uma lente grande-angular. A lente consistia de uma esfera de vidro cheio de água, o qual projetava uma imagem sobre uma placa curva. A câmera era capaz de capturar uma imagem em um arco de 120 graus.

Em 1861, Sutton criou a primeira câmera reflex.

Sutton foi o fotógrafo pioneiro da demonstração da fotografia a cores de James Clerk Maxwell em 1861. Em um teste prático de um experimento de Maxwell que já havia publicado, em 1855, Sutton tirou três fotografias  em preto-e-branco de uma fita multicolorida, uma através de um filtro azul, uma através de um filtro verde e um através de um filtro vermelho. Utilizando três projetores equipados com filtros semelhantes, as três fotografias foram projetadas sobrepostas em uma tela. Os materiais fotográficos disponíveis para Sutton eram principalmente sensíveis à luz azul, quase sensível ao verde e praticamente insensíveis ao vermelho, de modo que o resultado foi apenas um sucesso parcial.

Quarenta anos depois, placas adequadamente pancromáticas e filmes tinham feito uma excelente reprodução de cores possível por este método, como demonstrado pelo trabalho de Sergey Prokudin-Gorsky. O princípio de reproduzir uma gama completa de cores através da análise de três cores em síntese baseia-se na natureza da visão de cores humana e fundamenta as tecnologias de imagem de cor quase todas as químicas práticas e eletrônicas. A fita de Sutton é às vezes chamada de a primeira fotografia em cores da história.
Havia, de fato, anteriormente e possivelmente melhores fotografias coloridas feitas por pesquisadores que usavam processos completamente diferentes, porém puramente químicos, mas as cores rapidamente desapareciam quando expostos à luz para visualização. As fotografias de Sutton preservavam as informações de cor em imagens de prata preto-e-branco que não continham corantes reais, então eles eram muito leves, rápidos e duráveis e o conjunto pode ser razoavelmente descrito como a primeira fotografia colorida de modo permanente.

Sutton também trabalhou no desenvolvimento de chapas fotográficas secas.

domingo, 18 de agosto de 2013

Antonio Machado

Era um menino a sonhar
com um cavalo de cartão.
O menino abriu os olhos
e não viu o cavalinho.
Com um cavalinho branco
ele voltou a sonhar;
pelas crinas o prendia...
Assim não te escaparás!
Mal o conseguiu prender,
logo o menino acordou.
Tinha a sua mão fechada.
O cavalinho voou!
O menino ficou sério,
pensando não ser verdade
um cavalinho sonhado.
Já não voltou a sonhar.
E o menino fez-se moço
e o moço teve um amor,
e dizia à sua amada:
Tu és de verdade ou não?
Quando o moço se fez velho
pensava: Tudo é sonhar,
o cavalinho sonhado
e o cavalo de verdade.
E quando chegou a morte,
o velho ao seu coração
perguntava: Tu és sonho?
Quem saberá se acordou!

Antonio Cipriano José María y Francisco de Santa Ana Machado Ruiz, conhecido como Antonio Machado (1875 — 1939) foi um poeta espanhol, pertencente ao Modernismo.