segunda-feira, 9 de setembro de 2013

M. LINDERMANN





Ativo em Salvador nas duas últimas décadas do século passado, Lindermann associou-se a Guiilherme Gaensly, passando a gerenciar seu estúdio baiano quando este se transferiu para São Paulo em 1896. 
 
Seu momento de maior destaque foi a participação da Exposição Universal de Paris de 1889, quando exibiu vistas fotográficas dos estados de Bahia e Pernambuco.

Valendo sublinhar ainda a inclusão de seus trabalhos no livro Le Brésil que E. Levasseur fez em parceria com o Barão de Rio Branco para sua publicação. O referido livro contava com textos de luminares como o próprio Barão do Rio Branco e Eduardo Prado.

O livro é recheado de dados reveladores, ordenados em forma enciclopédica. Apesar do tom laudatório em relação ao país, seus autores reconhecem que apenas 18% da população livre sabia ler. Entre a população servil, eufemismo para se referir aos escravos, a porcentagem caía para 0,1%.

A economia também não ia lá essas coisas: o déficit público era uma enormidade e as dívidas, externa e interna, já batiam na casa de 1,1 milhão de contos de réis – sete vezes a receita anual do governo, que era de 147.200 contos de réis.

Realmente, nunca foi fácil vender o peixe nacional aos estrangeiros. No capítulo sobre literatura, O Brasil comete uma tremenda gafe: Machado de Assis é referido apenas como "um crítico literário esclarecido". Para os autores do livro, o escritor mais fecundo do país era, veja você, o Visconde de Cairu. Sobre o que ele escrevia? Economia política. Seu pensamento era um plágio das teorias do escocês Adam Smith, autor de A Riqueza das Nações. Uma pobreza.


domingo, 8 de setembro de 2013

Mawlana Jalal-ad-Din Muhammad Rumi

Não pense.
Não se perca em seus pensamentos.
Seus pensamentos são um véu sobre a face da lua.
Esta lua é o seu coração,
e são os pensamentos que o mantém coberto.
Então deixe-os ir.
Apenas deixe-os cair na água.

Bata,
e Ele irá abrir a porta.
Desapareça,
e Ele o fará brilhar como o sol.
Caia,
e Ele o erguerá aos céus.
Torne-se nada,
e Ele irá torná-lo tudo.

Não procure por Deus,
Procure por aquele
que procura por Deus.
Mas por que procurar afinal?
Ele não está perdido,
Ele está exatamente aqui,
Tão próximo quanto o próprio ar.

Esvazie-se das preocupações.
Pense em quem criou o pensamento!
Por que você permanece na prisão
Quando a porta está tão amplamente aberta?
Saia para fora do emaranhado dos pensamentos medrosos.
Viva em silêncio.
Deixe-se fluir nos sempre amplos
anéis do ser.

Veja, eu estou sempre junto a ti significa que quando você busca por Deus,
Deus está no olhar de seus olhos,
Na reflexão da visão, mais perto de ti que tu mesmo,
ou das coisas que te aconteceram.
Não há necessidade de ir para fora.
Seja como a neve derretida.
Lave-se de si mesmo.

Não corra para lá ou para cá
Buscando ao redor de você –
Ele está em você.
Existe algum lugar onde o sol não brilha?
Existe alguém que não pode ver a lua cheia?
Véu sobre véu, pensamento sobre pensamento –
Deixe-os todos irem,
Pois eles apenas ocultam a verdade.


Mawlana Jalal-ad-Din Muhammad Rumi ou apenas Rumi ou Mevlana, (1207 — 1273), poeta, jurista e teólogo sufi persa do século XIII. Seu nome significa literalmente "Majestade da Religião"; Jalal significa "majestade" e Din significa "religião".
Rumi é, também, um nome descritivo cujo significado é "o romano", pois ele viveu grande parte da sua vida na Anatólia, que era parte do Império Bizantino dois séculos antes.

Os trabalhos de Rumi foram escritos em novo persa. Embora os trabalhos de Rumi houvessem sido escritos em persa, a importância de Rumi transcendeu fronteiras étnicas e nacionais. Seus trabalhos originais são extensamente lidos em sua língua original em toda a região de fala persa. 

Traduções de seus trabalhos são bastante populares no sul da Ásia, em turco, árabe e nos países ocidentais. Sua poesia também tem influenciado a literatura persa bem como a literatura em urdu, bengali, árabe e turco. Seus poemas foram extensivamente traduzidos em várias das línguas do mundo e transpostos em vários formatos.

A BBC o descreveu como o "poeta mais popular na América"